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Foto do escritorRogério Gomes

Black Friday ou Black Fraude?

Atualizado: 14 de nov.

As práticas questionáveis da black friday brasileira


Sempre fico indignado com as promoções da Black Friday no mercado brasileiro. Empresas grandes e pequenas anunciam "Black Week" e até um "Black November", mas quando vou conferir as ofertas, cadê o desconto?

Pessoalmente, acredito que todas as relações precisam ser transparentes e honestas para que sejam, de fato, saudáveis, e essa filosofia se estende ao OVNI® Estúdio Criativo. Se você é como nós, estou certo de que vai gostar deste artigo.


Anúncio de promoção para a Black Friday ou Black Fraude
Se for comprar, leia bem os anúncios. Se for anunciar, seja claro em sua mensagem.


A origem da black friday


A Black Friday é um evento de compras que começou nos Estados Unidos e se espalhou por vários países ao redor do mundo. Geralmente acontece no final de novembro, após o feriado de Ação de Graças nos EUA. Nesse dia, muitas lojas oferecem grandes descontos e promoções em uma variedade de produtos, desde eletrônicos e roupas até itens para casa e tecnologia.


O termo "Black Friday" tem origens comerciais, indicando o momento em que as lojas passam de prejuízo (no vermelho) para lucro (no preto) devido ao grande volume de vendas.


Essa data se tornou um dos períodos mais movimentados para compras, tanto em lojas físicas quanto online, com consumidores buscando ofertas e descontos significativos. Algumas lojas até estendem o evento por todo o fim de semana, às vezes chamando-o de "Black Weekend", e muitas vezes é seguido pela "Cyber Monday", que foca em ofertas online.


A black fraude brasileira


Chegando ao Brasil, a expressão "Black Fraude" é cunhada para se referir a situações em que os descontos e promoções oferecidos durante a Black Friday não são genuínos. Algumas situações comuns por aqui são:

  • Preços inflacionados antes do evento: Algumas lojas aumentam os preços semanas antes da Black Friday para, durante o evento, reduzi-los ao valor original ou a um desconto real mínimo;

  • Falsos descontos: Algumas empresas aplicam descontos fictícios, anunciando grandes reduções que na verdade não representam uma economia real para o consumidor;

  • Produtos de qualidade inferior: Alguns estabelecimentos oferecem produtos de qualidade inferior ou versões antigas de dispositivos eletrônicos como se fossem novos, aproveitando-se do aumento na procura durante a Black Friday;

  • Problemas de estoque e entrega: Alguns varejistas podem anunciar produtos com desconto significativo, mas têm um estoque limitado ou enfrentam problemas na entrega, levando a atrasos ou até mesmo à não entrega dos itens comprados.


Para quem compra, é sempre recomendável pesquisar e comparar preços antes do evento para verificar se os descontos realmente valem a pena. Além disso, é essencial comprar de fontes confiáveis e estar atento aos direitos do consumidor para evitar problemas e não cair na "Black Fraude".


O outro lado da moeda


Quando confrontadas com alegações de práticas questionáveis durante a Black Friday, algumas empresas apresentam várias justificativas:

  • Aumento de custos pré-Black Friday: Algumas empresas afirmam que os preços mais altos antes do evento são devido a aumentos de custos que enfrentam e não estão relacionados à intenção de inflacionar os valores para aplicar descontos falsos durante a Black Friday;

  • Erros de comunicação: Em alguns casos, as empresas alegam que houve erros de comunicação ou interpretação nas promoções, o que levou à percepção de falsos descontos;

  • Ofertas limitadas: Algumas lojas afirmam que os descontos aplicados durante a Black Friday são válidos apenas para um número limitado de produtos, e quando esses produtos se esgotam, os consumidores encontram apenas os preços regulares;

  • Problemas logísticos: Em relação a problemas de estoque e entrega, as empresas podem atribuir a falta de produtos ou atrasos na entrega a questões logísticas imprevistas, como alta demanda ou problemas com fornecedores.


Mesmo com essas justificativas, o consumidor muitas vezes continua a questionar a transparência das práticas comerciais durante a Black Friday, exigindo mais clareza e garantias de que os descontos anunciados são genuínos e refletem uma economia real. As autoridades de defesa do consumidor têm um papel importante em investigar e garantir que não haja práticas enganosas durante esse período de vendas.


Impacto negativo no consumidor


Quando empresas adotam práticas questionáveis (não disse enganosas, disse questionáveis) durante a Black Friday, o consumidor nunca reage bem:

  • Desconfiança e decepção: A percepção de desonestidade ou falta de transparência pode levar os consumidores a perder a confiança na empresa, o que pode afetar sua fidelidade à marca;

  • Repercussão nas redes sociais: Muitas vezes, consumidores insatisfeitos expressam suas frustrações nas redes sociais, o que pode prejudicar a reputação da empresa perante um grande público;

  • Evitar futuras compras: Após uma experiência negativa durante a Black Friday, os consumidores podem evitar fazer compras futuras naquela empresa ou serem mais cautelosos ao considerar suas ofertas;

  • Reclamações aos órgãos de defesa do consumidor: Se as práticas forem consideradas enganosas ou ilegais, os consumidores podem denunciar a empresa aos órgãos de defesa do consumidor, o que pode resultar em investigações e possíveis penalidades para a empresa.


Práticas questionáveis durante a Black Friday prejudicam a imagem e a credibilidade de uma empresa perante seus clientes, impactando não apenas as vendas imediatas, mas também a relação de longo prazo com o consumidor. A transparência, a honestidade e o cumprimento das expectativas dos clientes são essenciais para construir e manter a confiança do público.


Sua conduta é sua responsabilidade


Então, você, que leu este artigo até aqui, faça suas promoções, ofereça descontos genuínos, mesmo que válidos apenas na sexta-feira e esteja preparado para suprir as altas demandas do período. Se isso não for possível sem prejudicar seu faturamento ou sobrecarregar sua estrutura, tudo bem, não se sinta pressionado a "estar na Black Friday". Afinal, a ideia, como mencionei anteirormente, é sair do vermelho e não desestruturar sua empresa.


Existem leis que asseguram direitos e deveres tanto de quem compra quanto de quem vende e, se você tem sua empresa, deve estar atento a isso. Onde eu quero chegar com esse assunto, na verdade, é um pouco mais profundo e até, de certa forma, pessoal: precisamos de um código moral e ético de conduta que seja composto por valores absolutamente inegociáveis e que seja seguido à risca. Esse código será seguido não por ser obrigatório, parte da legislação ou para evitar penalidades e multas, mas porque desonrá-lo nos ENVERGONHA PROFUNDAMENTE.


Quero aproveitar para convidar você a uma reflexão profunda sobre valores. O que é inegociável para você? Por quais valores você gostaria de ser reconhecido e lembrado? Que exemplos você tem dado às pessoas à sua volta? O que você espera das suas relações interpessoais e comerciais? Quais desses valores estão presentes em sua casa e família? E quais você incorpora em sua empresa, compartilhando com seus colaboradores, funcionários e parceiros? Você realmente segue seus princípios ou os flexibiliza, pensando “ah, é errado, mas todo mundo faz…”? Onde essa flexibilização de valores tem nos levado?


 
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